Nos últimos anos, a onda de governos conservadores ganhando força em todo o mundo nos forçou a voltar a pensar sobre a importância do nacionalismo. Mas a Tatiana Vargas-Maia (Universidade LaSalle) veio nos mostrar porque que, na realidade, essa temática nunca deixou de ditar os rumos da política internacional contemporânea, e quais as particularidades desses nacionalismos cada vez mais excludentes do momento histórico que vivemos.
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Participaram desse podcast:
Debora Prado – twitter.com/debfbp
Carolina Pavese – facebook.com/carol.pavese.7
Tatiana Vargas-Maia – twitter.com/estocastica
Conheça alguns trabalhos da Tatiana Vargas:
Pastelletto, N. S.; Maia, Tatiana Vargas. Mulheres às urnas: Cidadania feminina nas páginas da Revista da Semana (1931-1933).
Maia, Tatiana Vargas. Modos de pertencimento, fontes de guerra: nacionalismo e identidade religiosa nos séculos XX e XXI
Maia, Tatiana Vargas. Entrevista com a Professora Doutora Tatiana Vargas Maia sobre Nacionalismos no Século XXI.
Pinheiro Machado, R.; Maia, Tatiana Vargas. As múltiplas faces do conservadorismo brasileiro.
Citados no episódio:
Hannah Arendt – Origens do totalitarismo: Antissemitismo, imperialismo, totalitarismo
Michael Billig – Banal Nationalism
James Mayall – Nationalism and International Society
Rogers Brubaker – Citizenship and Nationhood in France and Germany
Elizabeth Cohen – Semi-Citizenship in Democratic Politics
BBC Brasil – O que é o fascismo? (Entrevista com Emilio Gentile)
Trilha sonora:
Chico Buarque, Apesar de você
Ana Cañas, Coração Selvagem
Marisa Monte, Calma
Saudade de vocês , comecei a ouvir outros podcasts, também é preciso conhecer outras vozes. mas vou voltar.
Bem vinda de volta, Gorette!
Super fã do programa!
Só queria dar destaque uma questãozinha num fala:
Como militante (e “combatente”, com atendimento jurídico voluntário) nas causas da Migração e do Refúgio, buscamos erradicar o uso da palavra “estrangeiro” para tratar dos migrantes, refugiados e asilados que estão residindo no país.
É um preciosismo linguístico e conceitual, entendemos! Mas, por posicionamento político, busca-se não usar o termo que tem, no seu radical, a associação da pessoa que vem de fora como “estranha” ao país.
Historicamente esse termo foi usado para justificar privação de direitos a quem se mudava para cá, é o caso do “Estatuto do Estrangeiro”, por exemplo, que na ditadura proibia até manifestação política de quem não era brasileiro e tratava a migração como uma questão de segurança. O atual desgoverno vem securitizando o tema, novamente, as questões de emissão de visto de residência no Itamraty, por exemplo, eram tratadas pelo Divisão de Imigração para o Departamento de Segurança e Justiça (parte da Secretaria de Assuntos de Soberania Nacional e Cidadania); afinal, receber haitianos, senegaleses e sírios — para o atual Executivo — é uma grande ameaça à segurança e soberania nacionais.
Chamá-los de imigrantes é o mais adequado (há certa discussão teórica se os refugiados são um gênero da família “imigrantes”, ou um grupo a parte; mas, no geral, entende-se que a palavra abarca a ambos). É só mais uma pequena tentativa de descolonizar a língua, mas pode ser muito marcante para quem passa boa parte de sua vida sendo atacados por “não pertencerem” ao pais.
Valeu pela atenção e excelente trabalho!
Excelente comentário, Narciso! Obrigado pelo esclarecimento e vamos tentar nos policiar. Não tem nada de “preciosismo linguístico e conceitual”, é só assim que descolonizamos não só a língua, mas nossa sociedade como um todo.
Tenho a impressão que você vai gostar do próximo episódio.
Abraços e obrigado novamente!